quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Lesões bucais

O que são lesões bucais?
São inchaços, manchas ou feridas em sua boca, nos lábios ou na língua. Há vários tipos de feridas e de enfermidades bucais. As mais comuns são as aftas, o herpes simples, a leucoplasia (placa branca) e a candidíase (sapinho). Estes problemas serão abordados abaixo. Se encontrar uma ferida em sua boca, não se preocupe. Cerca de um terço de toda a população sofre ou sofrerá com isso em algum momento da vida. Contudo, as irritações e inflamações bucais podem ser muito dolorosas e interferir na fala e na mastigação. Qualquer ferida que persista durante uma semana ou mais deve ser examinada pelo seu dentista. Às vezes, é recomendável que se faça uma biópsia (retirada de tecido para ser examinado) para que se possa detectar a causa da ferida, e para que se possa eliminar a possibilidade de doenças sérias como o câncer e a AIDS.
Como saber se tenho uma ferida ou uma lesão bucal?
Os seguintes sinais podem indicar a existência de uma ferida ou lesão bucal:
 Aftas: são inflamações pequenas e brancas cercadas por uma área avermelhada. As aftas não são contagiosas, mas muitas vezes são confundidas com herpes, causado por um vírus contagioso. As aftas ocorrem dentro da boca, principalmente em mucosa, enquanto o herpes aparece no lado de fora da boca, por exemplo, no canto dos lábios. As aftas podem sumir e reaparecer. Podem também ser pequenas ou grandes e aparecer agrupadas ou isoladas.
 As aftas são comuns e recorrentes. Embora sua causa seja incerta, alguns especialistas acreditam que estão ligadas a problemas do sistema imunológico, a bactérias ou a vírus. Fatores tais como o estresse, trauma, alergias, cigarro, deficiências de ferro ou vitaminas e tendências genéticas também tornam a pessoa mais susceptível às aftas.
 O herpes simples ou herpes labial se apresenta em grupos de bolhas dolorosas que aparecem ao redor dos lábios e, às vezes, debaixo do nariz e ao redor do queixo. Essas bolhas são causadas por um tipo de vírus e são altamente contagiosas. A primeira infecção muitas vezes aparece em crianças, às vezes até sem sintomas e pode ser confundida com um resfriado ou uma gripe. Uma vez que a pessoa é infectada, o vírus permanece no corpo, causando, de tempos em tempos, ataques recorrentes. Em algumas pessoas, porém, o vírus permanece inativo.
 A leucoplasia tem uma aparência esbranquiçada e pode aparecer no lado interno da bochecha, na gengiva ou na língua. Muitas vezes é associada ao fumo, ao uso de tabaco de mascar, embora outras causas incluam também dentaduras mal ajustadas, dentes quebrados e mordidas na bochecha. Se considerarmos que mais ou menos 5% dos casos de leucoplasia se tornam câncer*, é possível que seu dentista recomende uma biópsia. A leucoplasia muitas vezes desaparece quando se abandona o tabaco.
 A candidíase (ou sapinho) é uma infecção fúngica causada por cândida albicans. Pode ser reconhecida por sua cor branca, amarelada ou avermelhada nas superfícies úmidas da boca. Os tecidos situados sob a mancha podem ficar muito doloridos. A candidíase é comum em pessoas que usam dentaduras, em recém nascidos, em pessoas debilitadas por alguma doença e cujo sistema imunológico não funcione de maneira adequada. Também são susceptíveis pessoas que se queixam de boca seca que acabaram de fazer, ou estão fazendo, tratamentos com antibióticos.
 Adote uma dieta equilibrada, com pouco açúcar e pouco amido. Coma os alimentos com açúcar e amido durante as refeições e não como "lanchinhos", para minimizar o número de vezes que seus dentes estão expostos ao ácido.
Como tratar irritações/lesões bucais?
O tratamento varia de acordo com o tipo de problema. Para os tipos mais comuns, descritos acima, os tratamentos são os seguintes:
 Aftas: quase sempre desaparecem depois de 7 a 10 dias, e as erupções recorrentes são as mais comuns. Para um alívio temporário, pode se aplicar pomadas analgésicas. A lavagem com enxagüantes antisépticos pode ajudar a reduzir a irritação. Às vezes, prescreve-se antibióticos para reduzir uma infeção secundária.
 Herpes simples: as bolhas geralmente desaparecem em uma semana. Como não existe cura para as infecções herpéticas, as bolhas podem reaparecer em momentos de instabilidade emocional, exposição ao sol, alergias ou febre. Anestésicos tópicos podem proporcionar um alívio temporário. Os medicamentos antivirais, vendidos com receita médica, podem reduzir este tipo de infecção. Consulte seu médico ou dentista.
 Leucoplasia: o tratamento começa com a remoção dos fatores que causam as lesões. Para alguns pacientes isto significa deixar de usar tabaco. Para outros, significa remover as dentaduras mal ajustadas e substitui-las por dentaduras apropriadas. Seu dentista fará o acompanhamento do tratamento, com exames em intervalos de três a seis meses, dependendo do tipo, local e tamanho da lesão.
 O tratamento da candidíase consiste em controlar as condições que causam o seu aparecimento.
 É importante limpar as dentaduras para evitar os problemas causados por elas. Remover as dentaduras antes de dormir também pode ajudar.
 Se a causa for um antibiótico ou um anticoncepcional oral, a redução da dose ou a mudança do tratamento podem ajudar.
 Produtos que substituem a saliva deixam a boca mais úmida.
 Medicamentos contra fungos podem ser usados quando a causa principal é inevitável ou incurável.
 Em todos os casos, a boa higiene bucal é essencial.

O que é Flúor?

O que é flúor?

O flúor é um mineral natural encontrado em toda a crosta terrestre e largamente distribuído pela natureza. Alguns alimentos contêm flúor, assim como a água fornecida por algumas empresas de serviço público.

O flúor é geralmente adicionado à água potável para ajudar a reduzir a incidência de cáries nos dentes. Na década de 30, pesquisadores encontraram pessoas que cresceram bebendo água naturalmente fluoretadas. Desde então, os estudos têm mostrado repetidamente que quando o flúor é adicionado ao suprimento de água da comunidade, a incidência de cárie diminui. A Associação Brasileira de Odontologia, a Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde, dentre muitas outras organizações têm endossado o uso de flúor nos suprimentos de água, devido ao seu efeito preventivo contra a cárie.

Como o flúor atua?
O flúor ajuda a prevenir as cáries de duas maneiras distintas:
• O flúor se concentra nos ossos em crescimento e nos dentes em desenvolvimento das crianças, ajudando a endurecer o esmalte dos dentes de leite e permanentes que ainda não nasceram.
• O flúor ajuda a endurecer o esmalte dos dentes permanentes que já se formaram.
O flúor trabalha durante os processos de desmineralização e remineralização que ocorrem naturalmente em sua boca.
• Sua saliva contém ácidos que causam a desmineralização nos dentes. Estes ácidos são liberados após a alimentação.
• Em outros momentos - quando sua saliva está menos ácida - ocorre justamente o oposto, a reposição do cálcio e do fósforo que mantém seus dentes resistentes. Este processo é chamado de remineralização. Quando o flúor está presente durante a remineralização, os minerais depositados são mais duros do que seriam sem o flúor, ajudando a fortalecer seus dentes e a prevenir a dissolução durante a próxima fase de desmineralização.

Como saber se estou recebendo quantidade suficiente de flúor?
Se a água que você bebe contiver flúor, então somente a escovação regular utilizando um creme dental com flúor será suficiente para adultos e crianças com dentes saudáveis, com um baixo risco de cáries. Se a água de sua comunidade não for fluoretada, nem contiver uma quantidade suficiente de flúor natural (uma parte em um milhão é considerada ideal), então seu dentista ou pediatra deve receitar suplementos de flúor para suas crianças tomarem diariamente. Seu dentista ou pediatra poderá dizer a quantidade correta de flúor para sua família, por isso não deixe de pedir sua orientação. Se a água que você consome vier de uma rede pública de abastecimento, você poderá saber se ela contém flúor ligando para a empresa de água local. Se a sua água vier de um poço particular, você poderá analisá-la em um laboratório de teste ambiental independente e que ofereça este tipo de serviço.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Se você estiver com dor de dente .

Se você estiver com dor de dente .
Qual a chance de passar do primeiro parágrafo? Pergunta um tanto estúpida-provavelmente, nenhuma
Essa é uma das notícias mais devastadoras para o Brasil. Entre fevereiro e julho deste ano, dez equipes de pediatria e 15 de saúde bucal examinaram 119.850 alunos de escolas públicas e descobriram que a maioria deles tinha pelo menos um problema capaz de dificultar o aprendizado. O documento, inédito, é mais grave de que parece. Os exames ocorreram apenas em crianças da cidade de São Paulo. Imagine o resto do país. É, de longe, um dos maiores escândalos de saúde dos brasileiros.Suponha que, ao começar a ler esta coluna, você seja acometido subitamente de uma dor de dente.Qual a chance de passar do primeiro parágrafo? Pergunta um tanto estúpida- provavelmente, nenhuma chance. Das crianças que passaram por exame bucal, 35% apresentaram alto risco de cárie -lembremos, de novo, que estamos falando de São Paulo, onde a água é encanada e, em geral, tem flúor.Entende-se, assim, estudo publicado pela Universidade de Santa Catarina, a partir de dados do Ministério da Saúde: cerca de 40% dos brasileiros entre 15 e 19 anos já perderam um dente por causa de uma cárie. Isso significa que, para chegar a esse ponto, tiveram de passar um bom tempo com dor de dente.A boca nem de longe é o caso mais grave.Os dados são baseados em relatório, ainda reservado, do programa "Aprendendo com a Saúde", realizado na cidade de São Paulo, onde médicos e dentistas passam pelas escolas e fazem os encaminhamentos para a rede de saúde.Dos examinados, 7% foram encaminhados para psicólogos, por demonstrarem distúrbios de comportamento; 12%, a fonoaudiólogos; 15%, a oftalmologistas; 18%, a otorrinos; 13%, a endocrinologistas. É gente que não enxerga, fala, ouve ou respira direito -além de sofrer com sobrepeso ou desnutrição.Criador de uma rede de dentistas que atende gratuitamente, Fábio Bibancos constata que, com a questão bucal, aparecem problemas da fala, audição, digestão e autoestima, que se traduzem em notas ruins, evasão, indisciplina, violência. Daí ele defender que pasta de dente e escova seja entregue em posto de saúde - assim como a camisinha.Bibancos aprendeu como muitos de seus pacientes ficam curvados por causa da boca: "Eles sempre ficam olhando para baixo, não querem encarar as pessoas, com vergonha dos dentes, e a postura, com o tempo, vai mudando."Já existem algumas iniciativas (os programas federais Saúde na Escola e Brasil Sorridente, por exemplo), mas são tímidas para o tamanho da tragédia. Mesmo quando há recursos, existem desperdícios. O governo federal enviou para as prefeituras kits para exames médicos, mas muitos prefeitos deixaram o material fechado.O projeto "Aprendendo com a Saúde", de São Paulo, é considerado um modelo, por fazer o exame e, ato contínuo, o encaminhamento, o que exigiu a montagem de um cadastro especial -aliás, considero a iniciativa mais inovadora de toda a gestão Kassab. Mas, por enquanto, limitada aos alunos da pré-escola.Há uma crescente convergência no país sobre o que fazer para melhorar a educação: formar os professores e melhorar seus salários, premiar o mérito, treinar os diretores em gestão, aproximar o currículo do cotidiano, envolver pais e comunidade, trabalhar com metas, aprimorar as avaliações, estimular a leitura o mais cedo possível, aumentar a jornada de trabalho, oferecer reforços permanentes etc.Um sinal da nossa ignorância coletiva é a saúde mental e psicológica dos estudantes nem remotamente estar incluída no topo dessa agenda. Seria muito mais eficiente (e justo) avaliar antes a saúde das crianças e dos adolescentes do que o que eles sabem de português e matemática.Não é á toa que tantos professores ficam tão doentes.
Ou você acha que o leitor com dor de dente conseguiu chegar até o final desta coluna?
PS - A Secretaria da Saúde da cidade de São Paulo está preparando uma medida que vai dar polêmica. Mas vale a pena prestar atenção. Além de construir centros odontológicos (as prometidas AMAs Sorriso, cuja versão federal são os Centros de Especialidades Odontológicas), é preciso credenciar dentistas privados que prestariam serviços em seus consultórios. Um mapeamento mostrou que, em todas as regiões da cidade, existem dentistas. Coloquei neste link mais detalhes sobre os exames médicos nas escolas de São Paulo.
Coluna originalmente publicada na Folha de S.Paulo, editoria Cotidiano.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Câncer Bucal

O que é o câncer bucal?

É um tipo de câncer que geralmente ocorre nos lábios (mais freqüentemente no lábio inferior), dentro da boca, na parte posterior da garganta, nas amígdalas ou nas glândulas salivares. É mais freqüente em homens do que em mulheres e atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade.
O fumo, combinado com o excesso de bebida alcóolica, é um dos principais fatores de risco.Se não for detectado de maneira precoce, o câncer bucal pode exigir tratamentos que vão da cirurgia (para a sua remoção) à radioterapia ou quimioterapia.
Este câncer pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 50%*. Uma das razões pelas quais este prognóstico é tão negativo é o fato de que os primeiros sintomas não serem reconhecidos logo. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

Quais os sintomas deste tipo de câncer?

Nem sempre é possível visualizar os primeiros sinais que indicam a existência do câncer bucal, o que aumenta a importância das consultas regulares com o dentista ou o médico. Seu dentista foi preparado para detectar os primeiros sinais do câncer bucal. Contudo, além das consultas regulares, é preciso que você fale com seu dentista se perceber qualquer dos sinais abaixo:
· Ferida nos lábios, gengiva ou no interior da boca, que sangra facilmente e não parece melhorar;
· Um caroço ou inchaço na bochecha que você sente ao passar a língua;
· Perda de sensibilidade ou sensação de dormência em qualquer parte da boca;
· Manchas brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou qualquer outra parte da boca;
· Dificuldade para mastigar ou para engolir;
· Dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso na garganta;
· Inchaço que impede a adaptação correta da dentadura.
· Mudança na voz.

Como evitar o câncer bucal?

Se você não fuma nem masca tabaco, não comece a fazê-lo. O uso do tabaco é responsável por 80 a 90% das causas de câncer bucal.**

Fumo: A ligação entre o fumo, o câncer pulmonar e as doenças cardíacas já foi estabelecida.

O fumo também afeta sua saúde geral, tornando mais difícil o combate a infecções e a reparação de ferimentos ou de cirurgias. Em adultos jovens, este hábito pode retardar o crescimento e dificultar o desenvolvimento.
Muitos fumantes afirmam não sentir mais o odor ou sabor tão bem como antes. O fumo também pode causar mau hálito e manchar os dentes.Sua saúde bucal está em perigo cada vez que você acende um cigarro, um charuto ou um cachimbo. Com esta atitude, suas chances de desenvolver câncer na laringe, na boca, na garganta e no esôfago aumentam. Como muitas pessoas não notam ou simplesmente ignoram os sintomas iniciais, o câncer bucal muitas vezes se espalha antes de ser detectado.
Mascar tabaco: O hábito de mascar tabaco eleva em 50 vezes a possibilidade de se desenvolver o câncer bucal.
O melhor a se fazer é não fumar nem usar quaisquer outros produtos derivados do tabaco.
Quando uma pessoa pára de usar esses produtos, mesmo depois de vários anos de consumo, o risco de contrair câncer bucal se reduz significativamente. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de câncer bucal. A combinação fumo/álcool torna esse risco ainda muito maior.

Como se trata o câncer bucal?
Depois do diagnóstico, uma equipe de especialistas (que inclui um cirurgião dentista) desenvolve um plano de tratamento especial para cada paciente. Quase sempre a cirurgia é indispensável, seguida de um tratamento de radio ou quimioterapia. É essencial entrar em contato com um profissional que esteja familiarizado com as mudanças produzidas na boca por essas terapias.

Que efeitos colaterais a radioterapia produz na boca?
Quando a radioterapia é usada na área de cabeça e pescoço, muitas pessoas experimentam irritação ou ressecamento da boca, dificuldade de deglutir e perda do paladar. A radiação também aumenta o risco de cáries e, por isso, é muito mais importante cuidar bem da boca e da garganta neste período.Converse com seu dentista e seu médico oncologista sobre os problemas bucais que você possa ter durante ou depois do tratamento. Antes de começar a radioterapia, não se esqueça de discutir com seu dentista os possíveis efeitos colaterais e a forma de evitá-los.

Como manter a saúde bucal durante a terapia?
Use uma escova macia depois das refeições e fio dental diariamente. Evite condimentos e alimentos ásperos como vegetais crus, nozes e biscoitos secos. Evite o fumo e o álcool. Para não ficar com a boca seca os doces e chicletes não devem conter açúcar.Antes de começar a radioterapia, consulte seu dentista e faça uma revisão completa dos seus dentes e peça ao dentista para conversar com seu oncologista.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Síndrome da apnéia obstrutiva do sono

Síndrome da apnéia obstrutiva do sono

Apnéia do sono


Apnéia do sono é a interrupção breve e repetida
da respiração com duração de pelo menos 10 segundos

Classificação :


Tipo 1 – retropalatal ou orofaríngea

Tipo 2 – retropalatal e retrolíngual ou orohipofaríngea

Tipo 3 – retrolíngual ou hipofaríngea

Durante o sono o comando ventilatório é apenas automático, reduzindo controle ventilatório e, por conseqüência, diminui a modulação dos músculos dilatadores da faringe.


Soma-se a isso, a posição de decúbito dorsal e a ação da gravidade que favorecem a pitose do músculo genioglosso em direção à parede posterior do conduto faríngeo, caracterizando o colapso na orofaringe.

Em indivíduos com predisposição para a SAHOS, a pressão negativa produzida pela contração diafragmática, em detrimento do esforço inspiratório, agrava a obstrução, evoluindo para apnéia.

Em decorrência do quadro apnéico, se desenvolve hipoxemia e hipercapnia.

Hipoxemia: é uma redução anormal da quantidade de oxigênio no sangue arterial, ocorrendo geralmente em função de um funcionamento inadequado dos pulmões.

Hipercapnia: é o aumento anormal da quantidade de gás carbônico no sangue arterial, ocorrendo geralmente em função de um funcionamento inadequado dos pulmões.

Esses, estimulam o sistema nervoso central, que, por meio dos quimiorreceptores e mecanorreceptores, irão ativar núcleos da formação reticular do tronco cerebral levando ao despertar.

Quando o paciente volta a dormir, os músculos relaxam e todo o processo se inicia
novamente repetindo-se por várias vezes ao longo da noite.

As modalidades de tratamento buscam:

1) elevar a pressão na faringe acima da pressão obstrutiva;
2) reduzir a pressão obstrutiva; ou
3) aumentar a atividade muscular das vias aéreas superiores para ampliar o conduto faríngeo
e permitir uma ventilação adequada durante o sono.

Medidas comportamentais

Posição corporal

De acordo com dados polissonográficos, pacientes que dormem em decúbito dorsal apresentam roncos mais intensos e piora no quadro de apnéia por hora de sono.

Desta forma, é recomendado ao paciente dormir na posição de decúbito lateral.


Medidas comportamentais
Obesidade


Em obesos grau 3 (mórbidos), com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 40 kg/m2,
a incidência de SAHOS chega a ser cerca de 12 a 30 vezes maior quando comparada a pacientes com peso normal.

Essas condições aumentam o risco de desenvolver diabetes mellitus (que está relacionada
com xerostomia e infecções), dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica.


Medidas comportamentais
Higiene do sono

Prática de exercícios físicos

Alimentação

Cuidados com bebidas estimulantes


Método físico-mecânico (CPAP)

Método físico-mecânico de introduzido por Sullivan.

Consiste na injeção de ar comprimido, utilizando máscara nasal, que tem por princípio manter a pressão positiva e contínua nas vias aéreas, desobstruindo a passagem de ar durante o sono.
Uvulopalatofaringoplastia
Tonsilectomia associada à adenoidectomia, excisão da úvula e porção redundante da parede lateral da faringe, além da recessão de 8 a 15 mm da borda posterior do palato mole.

Indicado para pacientes que possuam palato mole longo e espesso, sem deficiência mandibular (SNB > 78), e com as vias aéreas superiores normais na região da base da língua ( > 10 mm)

As complicações incluem voz anasalada, regurgitação nasal de líquidos, hemorragia,
estenose nasofaríngea e secura da orofaringe

A principal causa de falhas da UPFP é a base da língua, que perpetua a SAOS obstruindo a parede posterior da faringe, ou seja, casos onde ocorreu a má indicação.


Tipo 1 – retropalatal ou orofaríngea

Tipo 2 – retropalatal e retrolíngual ou orohipofaríngea

Tipo 3 – retrolíngual ou hipofaríngea
Cirurgia ortognática


Indicações:

SAHOS severa (IAH>30) e saturação de oxigênio abaixo de 70%.


Em pacientes que não toleram o CPAP ou os dispositivos intrabucais.

Deficiência mandibular severa. Avanço de 10 a 12mm.


O avanço maxilo-mandibular também pode ser utilizado como opção de resgate para o avanço do genioglosso

Osteotomia mandibular anterior com miotomia suprahióidea e suspensão do osso hióide

Alongamento dos músculos:

Milohióideo

Genioglosso

Geniohióideo



Aparelhos intrabucais



1) Aparelhos Retentores de Língua


2) Aparelhos Elevadores de Palato

3) Aparelhos de Avanço Mandibular



Os aparelhos intrabucais são indicados para tratamento da SAHOS leve, sendo considerados a primeira escolha para esses transtornos desde 1995 quando a American Sleep Disorders Association (agora, American Academy of Sleep Medicine) os reconheceu como alternativaeficaz à terapia com o CPAP.


É importante esclarecer que em casos de SAHOS grave, esses aparelhos podem ser utilizados,
desde que outras modalidades terapêuticas tenham sido contra-indicadas ou recusadas.

Nesses casos, devemos considerar que os dispositivos intrabucais representam parte do tratamento, que é multiprofissional e, portanto, necessitam de acompanhamento a longo prazo, além da cooperação do paciente no que se refere aos aspectos comportamentais.

Princípio de ação dos aparelhos intrabucais


Promovem alterações nas estruturas anatômicas das vias aéreas superiores para manter a patência dessas vias durante a respiração noturna.


As principais estruturas ósseas do complexo craniofacial que influenciam na dimensão das
vias aéreas superiores são: a mandíbula e o osso hióide.


A anteriorização mandibular, realizada pelos dispositivos de avanço mandibular, aumenta a
atividade dos músculos genioglosso e pterigóideos laterais transmitindo tensões à musculatura supra e infra-hióidea, que, por conseqüência, irá proporcionar um posicionamento ântero-superior do osso hióide em relação à coluna cervical e ampliará as dimensões do conduto faríngeo.


Essa nova situação anatômica é capaz de reduzir a vibração dos tecidos moles da orofaringe, que resulta no ronco, e assim, permitir a ventilação adequada durante o sono.


Diversos estudos publicados na literatura, por análise cafalométrica, têm demonstrado, bidimensionalmente, que as alterações morfológicas, produzidas pelos aparelhos de avanço mandibular nas vias aéreas superiores e no posicionamento do hióide de pacientes com SAHOS, são capazes de promover aumento da porção posterior do espaço aéreo da faringe.


Outros estudos, como os de Ryan, Gale et al. e Kyung comprovaram, por meio de tomografia
computadorizada na posição supina, em vigília, que o avanço mandibular, proporcionado
pelos dispositivos intrabucais é capaz de ampliar tridimensionalmente o conduto faríngeo,

A integração entre a Medicina e a Odontologia é fundamental para o tratamento dos
transtornos do sono em questão, propiciando estabelecer, mediante solicitação médica, um tratamento conservador, no qual a intervenção com os aparelhos intrabucais é considerada opção eficaz.


Após a solicitação médica, cabe ao odontólogo, mediante protocolo clínico, executar o tratamento
e acompanhar clínica e polissonograficamente a evolução dos casos até que o controle satisfatório
seja estabelecido.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ATM - Disfunção da Articulação Temporomandibular

O que é ATM?

D-ATM, ou disfunção da articulação temporomandibular, é uma alteração da articulação que liga o maxilar à mandíbula que pode, por exemplo, não estar funcionando adequadamente. Essa articulação é uma das mais complexas do corpo humano, responsável por mover a mandíbula para frente, para trás e para os lados. Qualquer problema que impeça a função ou o adequado funcionamento deste complexo sistema de músculos, de ligamentos, de discos e de ossos é chamado de D-ATM. Geralmente, a D-ATM dá a sensação ao indivíduo acometido de que sua mandíbula está saltando para fora, fazendo um estalo e até travando por um instante. A causa exata desta disfunção, em geral, é impossível de ser identificada.

Quais os sintomas da D-ATM?

Disfunções de ATM apresentam muitos sinais e sintomas. É difícil saber com certeza se você tem D-ATM, porque um destes sintomas ou todos eles podem também estar presentes em outros problemas. Seu dentista poderá ajudá-lo a fazer um diagnóstico preciso, através de uma história médica e dentária completa, um exame clínico e de radiografias adequadas.

Alguns dos sintomas mais comuns de D-ATM são:

* Dores de cabeça (freqüentemente parecidas com enxaquecas), dores de ouvido, dor e pressão atrás dos olhos;
* Um "clique" ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca;
* Dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar;
* Mandíbulas que "ficam presas", travam ou saem do lugar;
* Flacidez dos músculos da mandíbula;
* Uma brusca mudança no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam.

Como tratar a D-ATM?

Embora não exista uma cura para a D-ATM, existem diversos tratamentos que você pode seguir para diminuir consideravelmente os sintomas. Seu dentista pode recomendar um ou mais dos seguintes tratamentos:
* Tentar eliminar a dor e o espasmo muscular através da aplicação de calor úmido ou através de medicamentos como relaxante muscular, aspirina ou outros analgésicos comuns, ou ainda antiinflamatórios;
* Reduzir os efeitos prejudiciais de travamento ou rangido, por meio de um aparelho, algumas vezes chamado de placa de mordida ou "splint". Este aparelho, feito sob medida para sua boca, se encaixa nos dentes superiores e ao deslizar sobre os dentes inferiores impede estes dentes inferiores de ranger contra os dentes superiores;
* Aprender técnicas de relaxamento para ajudar a controlar a tensão muscular na mandíbula. Seu dentista pode sugerir que você procure condicionamento e aconselhamento para ajudar a evitar o estresse;
* Quando partes da mandíbula são afetadas e os tratamentos não surtiram efeito, uma cirurgia na articulação pode ser recomendada.