sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Câncer Bucal

O que é o câncer bucal?

É um tipo de câncer que geralmente ocorre nos lábios (mais freqüentemente no lábio inferior), dentro da boca, na parte posterior da garganta, nas amígdalas ou nas glândulas salivares. É mais freqüente em homens do que em mulheres e atinge principalmente pessoas com mais de 40 anos de idade.
O fumo, combinado com o excesso de bebida alcóolica, é um dos principais fatores de risco.Se não for detectado de maneira precoce, o câncer bucal pode exigir tratamentos que vão da cirurgia (para a sua remoção) à radioterapia ou quimioterapia.
Este câncer pode ser fatal, com uma taxa de sobrevivência de cinco anos de 50%*. Uma das razões pelas quais este prognóstico é tão negativo é o fato de que os primeiros sintomas não serem reconhecidos logo. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.

Quais os sintomas deste tipo de câncer?

Nem sempre é possível visualizar os primeiros sinais que indicam a existência do câncer bucal, o que aumenta a importância das consultas regulares com o dentista ou o médico. Seu dentista foi preparado para detectar os primeiros sinais do câncer bucal. Contudo, além das consultas regulares, é preciso que você fale com seu dentista se perceber qualquer dos sinais abaixo:
· Ferida nos lábios, gengiva ou no interior da boca, que sangra facilmente e não parece melhorar;
· Um caroço ou inchaço na bochecha que você sente ao passar a língua;
· Perda de sensibilidade ou sensação de dormência em qualquer parte da boca;
· Manchas brancas ou vermelhas na gengiva, língua ou qualquer outra parte da boca;
· Dificuldade para mastigar ou para engolir;
· Dor sem razão aparente ou sensação de ter algo preso na garganta;
· Inchaço que impede a adaptação correta da dentadura.
· Mudança na voz.

Como evitar o câncer bucal?

Se você não fuma nem masca tabaco, não comece a fazê-lo. O uso do tabaco é responsável por 80 a 90% das causas de câncer bucal.**

Fumo: A ligação entre o fumo, o câncer pulmonar e as doenças cardíacas já foi estabelecida.

O fumo também afeta sua saúde geral, tornando mais difícil o combate a infecções e a reparação de ferimentos ou de cirurgias. Em adultos jovens, este hábito pode retardar o crescimento e dificultar o desenvolvimento.
Muitos fumantes afirmam não sentir mais o odor ou sabor tão bem como antes. O fumo também pode causar mau hálito e manchar os dentes.Sua saúde bucal está em perigo cada vez que você acende um cigarro, um charuto ou um cachimbo. Com esta atitude, suas chances de desenvolver câncer na laringe, na boca, na garganta e no esôfago aumentam. Como muitas pessoas não notam ou simplesmente ignoram os sintomas iniciais, o câncer bucal muitas vezes se espalha antes de ser detectado.
Mascar tabaco: O hábito de mascar tabaco eleva em 50 vezes a possibilidade de se desenvolver o câncer bucal.
O melhor a se fazer é não fumar nem usar quaisquer outros produtos derivados do tabaco.
Quando uma pessoa pára de usar esses produtos, mesmo depois de vários anos de consumo, o risco de contrair câncer bucal se reduz significativamente. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas também aumenta o risco de câncer bucal. A combinação fumo/álcool torna esse risco ainda muito maior.

Como se trata o câncer bucal?
Depois do diagnóstico, uma equipe de especialistas (que inclui um cirurgião dentista) desenvolve um plano de tratamento especial para cada paciente. Quase sempre a cirurgia é indispensável, seguida de um tratamento de radio ou quimioterapia. É essencial entrar em contato com um profissional que esteja familiarizado com as mudanças produzidas na boca por essas terapias.

Que efeitos colaterais a radioterapia produz na boca?
Quando a radioterapia é usada na área de cabeça e pescoço, muitas pessoas experimentam irritação ou ressecamento da boca, dificuldade de deglutir e perda do paladar. A radiação também aumenta o risco de cáries e, por isso, é muito mais importante cuidar bem da boca e da garganta neste período.Converse com seu dentista e seu médico oncologista sobre os problemas bucais que você possa ter durante ou depois do tratamento. Antes de começar a radioterapia, não se esqueça de discutir com seu dentista os possíveis efeitos colaterais e a forma de evitá-los.

Como manter a saúde bucal durante a terapia?
Use uma escova macia depois das refeições e fio dental diariamente. Evite condimentos e alimentos ásperos como vegetais crus, nozes e biscoitos secos. Evite o fumo e o álcool. Para não ficar com a boca seca os doces e chicletes não devem conter açúcar.Antes de começar a radioterapia, consulte seu dentista e faça uma revisão completa dos seus dentes e peça ao dentista para conversar com seu oncologista.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Síndrome da apnéia obstrutiva do sono

Síndrome da apnéia obstrutiva do sono

Apnéia do sono


Apnéia do sono é a interrupção breve e repetida
da respiração com duração de pelo menos 10 segundos

Classificação :


Tipo 1 – retropalatal ou orofaríngea

Tipo 2 – retropalatal e retrolíngual ou orohipofaríngea

Tipo 3 – retrolíngual ou hipofaríngea

Durante o sono o comando ventilatório é apenas automático, reduzindo controle ventilatório e, por conseqüência, diminui a modulação dos músculos dilatadores da faringe.


Soma-se a isso, a posição de decúbito dorsal e a ação da gravidade que favorecem a pitose do músculo genioglosso em direção à parede posterior do conduto faríngeo, caracterizando o colapso na orofaringe.

Em indivíduos com predisposição para a SAHOS, a pressão negativa produzida pela contração diafragmática, em detrimento do esforço inspiratório, agrava a obstrução, evoluindo para apnéia.

Em decorrência do quadro apnéico, se desenvolve hipoxemia e hipercapnia.

Hipoxemia: é uma redução anormal da quantidade de oxigênio no sangue arterial, ocorrendo geralmente em função de um funcionamento inadequado dos pulmões.

Hipercapnia: é o aumento anormal da quantidade de gás carbônico no sangue arterial, ocorrendo geralmente em função de um funcionamento inadequado dos pulmões.

Esses, estimulam o sistema nervoso central, que, por meio dos quimiorreceptores e mecanorreceptores, irão ativar núcleos da formação reticular do tronco cerebral levando ao despertar.

Quando o paciente volta a dormir, os músculos relaxam e todo o processo se inicia
novamente repetindo-se por várias vezes ao longo da noite.

As modalidades de tratamento buscam:

1) elevar a pressão na faringe acima da pressão obstrutiva;
2) reduzir a pressão obstrutiva; ou
3) aumentar a atividade muscular das vias aéreas superiores para ampliar o conduto faríngeo
e permitir uma ventilação adequada durante o sono.

Medidas comportamentais

Posição corporal

De acordo com dados polissonográficos, pacientes que dormem em decúbito dorsal apresentam roncos mais intensos e piora no quadro de apnéia por hora de sono.

Desta forma, é recomendado ao paciente dormir na posição de decúbito lateral.


Medidas comportamentais
Obesidade


Em obesos grau 3 (mórbidos), com índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 40 kg/m2,
a incidência de SAHOS chega a ser cerca de 12 a 30 vezes maior quando comparada a pacientes com peso normal.

Essas condições aumentam o risco de desenvolver diabetes mellitus (que está relacionada
com xerostomia e infecções), dislipidemia e hipertensão arterial sistêmica.


Medidas comportamentais
Higiene do sono

Prática de exercícios físicos

Alimentação

Cuidados com bebidas estimulantes


Método físico-mecânico (CPAP)

Método físico-mecânico de introduzido por Sullivan.

Consiste na injeção de ar comprimido, utilizando máscara nasal, que tem por princípio manter a pressão positiva e contínua nas vias aéreas, desobstruindo a passagem de ar durante o sono.
Uvulopalatofaringoplastia
Tonsilectomia associada à adenoidectomia, excisão da úvula e porção redundante da parede lateral da faringe, além da recessão de 8 a 15 mm da borda posterior do palato mole.

Indicado para pacientes que possuam palato mole longo e espesso, sem deficiência mandibular (SNB > 78), e com as vias aéreas superiores normais na região da base da língua ( > 10 mm)

As complicações incluem voz anasalada, regurgitação nasal de líquidos, hemorragia,
estenose nasofaríngea e secura da orofaringe

A principal causa de falhas da UPFP é a base da língua, que perpetua a SAOS obstruindo a parede posterior da faringe, ou seja, casos onde ocorreu a má indicação.


Tipo 1 – retropalatal ou orofaríngea

Tipo 2 – retropalatal e retrolíngual ou orohipofaríngea

Tipo 3 – retrolíngual ou hipofaríngea
Cirurgia ortognática


Indicações:

SAHOS severa (IAH>30) e saturação de oxigênio abaixo de 70%.


Em pacientes que não toleram o CPAP ou os dispositivos intrabucais.

Deficiência mandibular severa. Avanço de 10 a 12mm.


O avanço maxilo-mandibular também pode ser utilizado como opção de resgate para o avanço do genioglosso

Osteotomia mandibular anterior com miotomia suprahióidea e suspensão do osso hióide

Alongamento dos músculos:

Milohióideo

Genioglosso

Geniohióideo



Aparelhos intrabucais



1) Aparelhos Retentores de Língua


2) Aparelhos Elevadores de Palato

3) Aparelhos de Avanço Mandibular



Os aparelhos intrabucais são indicados para tratamento da SAHOS leve, sendo considerados a primeira escolha para esses transtornos desde 1995 quando a American Sleep Disorders Association (agora, American Academy of Sleep Medicine) os reconheceu como alternativaeficaz à terapia com o CPAP.


É importante esclarecer que em casos de SAHOS grave, esses aparelhos podem ser utilizados,
desde que outras modalidades terapêuticas tenham sido contra-indicadas ou recusadas.

Nesses casos, devemos considerar que os dispositivos intrabucais representam parte do tratamento, que é multiprofissional e, portanto, necessitam de acompanhamento a longo prazo, além da cooperação do paciente no que se refere aos aspectos comportamentais.

Princípio de ação dos aparelhos intrabucais


Promovem alterações nas estruturas anatômicas das vias aéreas superiores para manter a patência dessas vias durante a respiração noturna.


As principais estruturas ósseas do complexo craniofacial que influenciam na dimensão das
vias aéreas superiores são: a mandíbula e o osso hióide.


A anteriorização mandibular, realizada pelos dispositivos de avanço mandibular, aumenta a
atividade dos músculos genioglosso e pterigóideos laterais transmitindo tensões à musculatura supra e infra-hióidea, que, por conseqüência, irá proporcionar um posicionamento ântero-superior do osso hióide em relação à coluna cervical e ampliará as dimensões do conduto faríngeo.


Essa nova situação anatômica é capaz de reduzir a vibração dos tecidos moles da orofaringe, que resulta no ronco, e assim, permitir a ventilação adequada durante o sono.


Diversos estudos publicados na literatura, por análise cafalométrica, têm demonstrado, bidimensionalmente, que as alterações morfológicas, produzidas pelos aparelhos de avanço mandibular nas vias aéreas superiores e no posicionamento do hióide de pacientes com SAHOS, são capazes de promover aumento da porção posterior do espaço aéreo da faringe.


Outros estudos, como os de Ryan, Gale et al. e Kyung comprovaram, por meio de tomografia
computadorizada na posição supina, em vigília, que o avanço mandibular, proporcionado
pelos dispositivos intrabucais é capaz de ampliar tridimensionalmente o conduto faríngeo,

A integração entre a Medicina e a Odontologia é fundamental para o tratamento dos
transtornos do sono em questão, propiciando estabelecer, mediante solicitação médica, um tratamento conservador, no qual a intervenção com os aparelhos intrabucais é considerada opção eficaz.


Após a solicitação médica, cabe ao odontólogo, mediante protocolo clínico, executar o tratamento
e acompanhar clínica e polissonograficamente a evolução dos casos até que o controle satisfatório
seja estabelecido.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ATM - Disfunção da Articulação Temporomandibular

O que é ATM?

D-ATM, ou disfunção da articulação temporomandibular, é uma alteração da articulação que liga o maxilar à mandíbula que pode, por exemplo, não estar funcionando adequadamente. Essa articulação é uma das mais complexas do corpo humano, responsável por mover a mandíbula para frente, para trás e para os lados. Qualquer problema que impeça a função ou o adequado funcionamento deste complexo sistema de músculos, de ligamentos, de discos e de ossos é chamado de D-ATM. Geralmente, a D-ATM dá a sensação ao indivíduo acometido de que sua mandíbula está saltando para fora, fazendo um estalo e até travando por um instante. A causa exata desta disfunção, em geral, é impossível de ser identificada.

Quais os sintomas da D-ATM?

Disfunções de ATM apresentam muitos sinais e sintomas. É difícil saber com certeza se você tem D-ATM, porque um destes sintomas ou todos eles podem também estar presentes em outros problemas. Seu dentista poderá ajudá-lo a fazer um diagnóstico preciso, através de uma história médica e dentária completa, um exame clínico e de radiografias adequadas.

Alguns dos sintomas mais comuns de D-ATM são:

* Dores de cabeça (freqüentemente parecidas com enxaquecas), dores de ouvido, dor e pressão atrás dos olhos;
* Um "clique" ou sensação de desencaixe ao abrir ou fechar a boca;
* Dor ao bocejar, ao abrir muito a boca ou ao mastigar;
* Mandíbulas que "ficam presas", travam ou saem do lugar;
* Flacidez dos músculos da mandíbula;
* Uma brusca mudança no modo em que os dentes superiores e inferiores se encaixam.

Como tratar a D-ATM?

Embora não exista uma cura para a D-ATM, existem diversos tratamentos que você pode seguir para diminuir consideravelmente os sintomas. Seu dentista pode recomendar um ou mais dos seguintes tratamentos:
* Tentar eliminar a dor e o espasmo muscular através da aplicação de calor úmido ou através de medicamentos como relaxante muscular, aspirina ou outros analgésicos comuns, ou ainda antiinflamatórios;
* Reduzir os efeitos prejudiciais de travamento ou rangido, por meio de um aparelho, algumas vezes chamado de placa de mordida ou "splint". Este aparelho, feito sob medida para sua boca, se encaixa nos dentes superiores e ao deslizar sobre os dentes inferiores impede estes dentes inferiores de ranger contra os dentes superiores;
* Aprender técnicas de relaxamento para ajudar a controlar a tensão muscular na mandíbula. Seu dentista pode sugerir que você procure condicionamento e aconselhamento para ajudar a evitar o estresse;
* Quando partes da mandíbula são afetadas e os tratamentos não surtiram efeito, uma cirurgia na articulação pode ser recomendada.